domingo, 18 de setembro de 2011

Amy Winehouse 1983 - 2011



Para quem abriu as revistas ou ao menos deu uma olhada nas principais manchetes de publicações especializadas em música nos anos de 2007 e 2008, Amy Winehouse com certeza dispensa maiores apresentações. A cantora, desde que surgiu na mídia foi destaque invariavelmente por duas de suas principais características: talento e irresponsabilidade.

Nascida em setembro de 1983, filha de um taxista e de uma farmacêutica, Amy cresceu em Londres e desde cedo já despertou gosto pela música. Suas influências vieram não só do gosto musical de seus pais — cuja coleção de discos incluía artistas como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Dinah Washington — mas também do convívio familiar: Alguns dos seus parentes do lado materno eram músicos de jazz profissionais. Já na adolescência, seus ídolos foram grupos e artistas de R&B e hip hop, como os trios femininos TLC e Salt-N-Pepa, e as cantoras Macy Gray e Lauryn Hill. Na fase adulta, Amy costuma citar como fonte de inspiração os grupos vocais femininos das décadas de 50 e 60.

Aos 16 anos, um amigo de escola de Amy – o cantor pop britânico Tyler James – mostrou a fita demo da incipiente artista a um caçador de talentos de sua gravadora, que na ocasião procurava por uma cantora de jazz. O contato lhe rendeu a assinatura de um contrato com a Island Records, gravadora que lançaria em 2003 seu primeiro álbum: Frank. O disco já anunciava um grande talento que surgia e demonstrava suas influências até então: uma mistura de jazz e R&B, com letras irreverentes, desbocadas, repletas de sentimentos pessoais e um tanto depressivas. Amy cantava basicamente sobre relacionamentos de forma ácida e com uma voz potente e estridente que viria a ser sua marca registrada.

A artista despertou atenção do público quando ganhou uma indicação para o Mercury Music Prize e para duas categorias do BRIT Awards, além de faturar o troféu Ivor Novello de Melhor canção Contemporânea pelo single 'Stronger Than Me'. Junto com o êxito veio a fama, e a imprensa descobriu que Amy era uma excelente fonte de manchetes. Seus hábitos boêmios e etílicos começaram a disputar espaço na mídia com seu talento, e seus escândalos passaram a fazer parte do noticiário musical britânico com certa freqüência.

Tais hábitos levaram os empresários da gravadora a recomendarem à cantora que se internasse numa clínica de reabilitação para dependentes de álcool e drogas. A resposta, como o mundo inteiro sabe, foi “não, não, não”. A história virou refrão e o sucesso foi estrondoso. 'Rehab' foi o primeiro single de seu segundo álbum, Back to Black, de 2006. O disco foi a chave de entrada para os Estados Unidos. Com a ajuda do vídeo-clipe de 'Rehab' já sendo exibido nas MTVs, o álbum estreou em sétimo lugar na Billboard. A música já era um aperitivo para o restante do disco: ao lado das decepções amorosas, o abuso de álcool e das drogas seriam os ingredientes do coquetel fulminante que a cantora servia ao público. Se para a audiência Winehouse era embriagante, a imprensa fazia questão de um ingrediente a mais: sua intimidade.

Em 2007 Back to Black foi o disco mais vendido no Reino Unido, atingindo também o topo das paradas de diversos países. No ano seguinte ela ainda faturou cinco estatuetas na principal premiação anual da indústria fonográfica norte-americana, o Grammy Awards. Ela levou os troféus de Melhor Álbum Pop Vocal, Melhor Performance Vocal Pop Feminina, Artista Revelação, Música do Ano ('Rehab') e Gravação do Ano ('Rehab'). Amy ainda foi capa de diversas publicações especializadas em música, como as revistas Rolling Stone e Spin.

Se vida pessoal da cantora já era um dos temas favoritos dos tablóides, com a fama internacional, esta passou a ser obsessão. Fotógrafos e jornalistas passaram a perseguir a cantora onde quer que ela fosse. E o relacionamento turbulento de Amy com seu então marido Blake Fielder-Civil passou a ser de conhecimento público.

Descrito pela imprensa como um encrenqueiro do nível de sua esposa, Blake acabou sendo preso em julho de 2007 por agressão a um barman e a vida da cantora ficou em frangalhos. Seu estado psicológico e físico, já abalados por excessos e crises maníaco-depressivas, ficou ainda mais fragilizado. No ano de 2008 sua rotina se resumia a faltar a seus próprios shows e entrar e sair de clínicas de recuperação, hospitais e, claro, bares e pubs. No mesmo ano ela foi diagnosticada com enfisema pulmonar e bulimia. Em novembro de 2008 o jornal britânico News of the World  revelava que seu casamento enfim acabara.

O estado de saúde da cantora levou seu produtor Mark Ronson — que também já trabalhou com Lily Allen e Macy Gray — a dispensá-la da trilha sonora do filme 007 - Quantum of Solace. Ela fora escalada para interpretar a música tema do filme do agente secreto James Bond, mas com a inconstância profissional da artista, Ronson preferiu substituí-la pela norte-americana Alica Keys.

Os dotes musicais a consagraram como uma das grandes cantoras da década e seu temperamento auto-destrutivo a ajudou a conquistar o status de fenômeno de popularidade. Embora seja alvo freqüente de críticas e chacotas e tenha sua intimidade escancarada aos olhos do mundo, Amy Winehouse parece não se incomodar muito. Talvez pela certeza de ser maior do que tudo isso ou por uma mórbida e sagaz consciência de que esse fato lhe renda cada vez mais espaço na mídia. De qualquer forma ela é uma unanimidade: sucesso de público e crítica.

Não deixe se levar por tudo que a mídia TV publica pois para eles o que importa é apenas o ibope enquanto estiver audiência eles estão apontado apenas os aspectos negativos de um artista (exceto a Globo) e esquecem o que realmente importa na vida de um artista, e como qualquer outro Amy também teve seus momentos de gloria.

Por Douglas Miura
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